sábado, 5 de julho de 2008

Avós de autistas

Assim como para os pais, irmãos e irmãs, é difícil também para os avós quando ficam sabendo que seu neto recebeu um diagnóstico do espectro do autismo. Eles vivenciam várias emoções que serão distintas para cada um e podem incluir choque, negação, dor e preocupação ou uma combinação desses.

Às vezes, o diagnóstico é recebido como choque total. Neste caso, os avós podem não acreditar no que ouviram. Podem achar que o comportamento da criança é conseqüência de má disciplina ou que o diagnóstico é apenas outra palavra para mau comportamento. Talvez nunca tenham ouvido falar de síndrome de Asperger. Talvez conheçam ASD ou uma criança com esse diagnóstico que seja diferente do seu neto. Pode achar o neto “muito inteligente” para ter ASD, sobretudo se ele tiver algumas aptidões isoladas precoces como aprender os números e cores bem antes de outras crianças de mesma idade. Podem tentar oferecer conforto ao dizer que a criança “acabara superando tudo”. Muitos dos pais com quem conversamos contam como é difícil para eles quando seus pais não conseguem aceitar o diagnóstico. Podem ter passado por um longo processo, aceitando o diagnóstico aos poucos. Em sua dor, esquecem que as informações e o tempo ajudarão na aceitação e que seus pais também precisarão de ajuda para entender.

Os avós sofrem também. Ficam cientes de que o neto talvez não seja capaz de fazer coisas que esperavam. Eles se preocupam com o futuro da criança, mas também com o fato de como ter um neto com ASD afastará seu filho ou filha.

Como os avós podem ajudar?

Quando fazemos essa pergunta aos pais, ouvimos diversas respostas:


  • Tentar aceitar o diagnóstico.

  • Lembrar que não ser um bom pai não causa ASD.

  • Tentar não criticar (ou ao menos fazer críticas construtivas).

  • Oferecer ajuda prática, se puderem.

  • Tentar não acusar. Comentários como “ele não herdou isto de nossa família” não ajudam em nada.

  • Apenar ouvir. Às vezes, os pais querem apenas lhes contar como é difícil para eles.

  • Conhecer o neto, descobrindo seus interesses com ele.

  • Apreciar o que o neto pode fazer e manter-se atento às novas aptidões que ele desenvolve.

Trecho extraído do livro "Convivendo com Autismo e Síndrome de Asperger"

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