A descoberta explica também porque programas de educação para crianças autistas surtem efeitos: eles estimulam genes ligados à experiência que estavam "desligados". "Os circuitos estão lá, mas você precisa dar um empurrão extra neles", explica o Dr Gary Goldstein, do Instituto Kennedy Krieger de Baltimore, nos Estados Unidos.
Estudos com famílias que apresentam diversos casos da doença mostraram que genes são determinantes para a formação do autismo. Porém, segundo o Dr Chistopher Walsh, chefe de genética do Hospital Infantil de Boston, nos EUA, eles correspondem apenas a 15% da doença. "Quase toda criança autista tem sua causa particular para o distúrbio", afirma.
Para chegar a maiores resultados, a equipe de Walsh foi até o Oriente Médio para investigar a existência de genes raros - lá, as famílias são grandes e é comum primos se casarem. 88 famílias com altos índices de autismo foram recrutadas na Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait, Paquistão, entre outros, e tiveram seus DNAs comparados. Em algumas, foram achados grandes buracos no código genético, nos quais cerca de pelo menos seis genes eram ligados ao autismo.
Com isso, ficou mais próxima a hipótese de que o autismo é ligado à desordem nas sinapses - ligações químicas realizadas entre extremidades de neurônios. Isso porque todos os genes em falta eram ligados à aprendizagem, que é obtida através da resposta sináptica de neurônios a novas experiências.
Apesar de parecer ruim, a descoberta feita no Oriente Médio é considerada "esperançosa", pelo Dr Walsh. Segundo ele, o DNA em falta nem sempre se acarreta falta de genes. Na verdade, muitos genes estão apenas "dormindo", precisando de estímulos para funcionar e realizar sinapses.
"Essa pode ser uma maneira antecipada de desenvolver terapias ao longo prazo para autistas: identificar crianças nas quais os genes não estão"ligados" da maneira certa", defende Walsh.
Notícia retirada do site SRZD Sydney Rezende
gostei muito. mas perceberam como ficou um silencio inquietante? por que será? precisamos dar força ao debate.
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